Garcia Marquez
Comecei a ler recentemente “O Amor nos Tempos do Cólera”, de Gabriel Garcia Maquez. Nem bem tomei conhecimento de sua obra já me vi refém desse f(c)abuloso escritor. Realismo mágico, me disseram. A crítica disse. Os prefácios, as resenhas e as críticas, se as leio, leio muito depois. Não troco minhas impressões de primeira leitura por nada nesse mundo.
E que impressões. O primeiro parágrafo já é intriga pura, nada de gradação. Garcia Marquez explora, num único parágrafo, toda a curiosidade do leitor. É quase impossível começar a ler esse livro e parar antes das 50 primeiras páginas. O narrador não permite, de tão instigante que é.
Tenho dado boas gargalhadas com as coisas inusitadas que vão sendo narradas, como o papagaio do Dr. Urbino. Depois de muito esforço e devido a uma incrível paixão pedagógica, eis que o Dr. Urbino ensina o papagaio a falar francês como um acadêmico. Engraçadíssimo! Depois ensina a missa em latim, e em seguida, sem muito êxito, algumas noções algébricas. A fama do papagaio corre o mundo, vêm pessoas de todo o mundo para ouvir a ave falante. E quando o Presidente da República resolve fazer uma visita solene, o papagaio se recusa a falar, até a comitiva presidencial ir embora. Pode uma coisa dessas? Hilário.
O livro começa com uma morte. Um suicídio. O do veterano de guerra (embora não tenha combatido), paralítico, fotógrafo de crianças e parceiro de xadrez do Dr. Urbino, Jeremiah de Saint-Amour (nome bastante sugestivo). Uma carta é deixada por ele ao Dr. Urbino, que nela lê o relato de um amor secreto entre Jeremiah de Saint-Amour e uma mulher misteriosa... O resto ainda está por vir.
Dizem que a obra máxima de Garcia Marquez é “Cem Anos de Solidão”. Ainda não li. De qualquer forma, vejo um grande livro em “O Amor nos Tempos do Cólera”.