domingo, abril 03, 2011
quarta-feira, dezembro 01, 2010
Posso discordar da tua opinião, mas não de você
Existe um problema cultural a ser superado, e que precisamos destrinchar a todo custo, que é a dificuldade de se estabelecer uma discussão sem que os posicionamentos esbarrem numa questão pessoal.
No ápice da discordância está a intolerância e o desprezo pelas posições divergentes. É muito comum levar para o lado pessoal uma discussão sobre qualquer assunto que seja.
Ao entrarmos em contato com um certo ponto de vista de alguém sobre determinado assunto, não conseguimos desvincular essa opinião da pessoa em si, e aí já vamos encaixotando, classificando e etiquetando nossos interlocutores sem levar em conta a completude do outro.
Para mim esse é um problema a ser superado. Dificilmente as pessoas conseguem levar adiante uma discussão onde reina o dissenso, pq levam para o lado pessoal. Nem sequer estamos engatinhando na solução desse problema.
quinta-feira, outubro 14, 2010
Terra deu, Terra come
Esse é um dos melhores documentários desde "À margem da imagem", de Evaldo Mocazel, e "Prisioneiro da Grade de Ferro", de Paulo Sacramento. Estamos falando do filme documentário Terra deu, Terra come de Rodrigo Siqueira.
Isso é Leminski
quarta-feira, junho 23, 2010
Arte engajada com engajamento Artístico
terça-feira, maio 18, 2010
Marcha Nativa dos Índios Quiriris
É com muito prazer que nós, índios Quiriris, convidamos vocês para mais uma Marcha Nativa dos Índios Quiriris, ritual indígena com música, performances, exibições de trechos de filmes e muita poesia. A comida típica a ser servida será a tapioca, alimento básico dos índios brasileiros. Tragam suas contribuições artísticas, sejam trechos de textos, músicas, aquela cena de filme que você quer compartilhar, performances, poemas e afins. Pedimos também a colaboração líquida de cada pessoa, uma vez que a nossa produção de cauim (bebida alcoólica tradicional dos povos indígenas, à base de mandioca) nunca dá conta do consumo (os índios Quiriris são exímios bebedores de cauim).
A Marcha Nativa dos Índios Quiriris vai acontecer nesta lua crescente de 22/05/2010 (sábado), na nossa maloca1, situada na Taba Indiana2, Rio Silencioso 712 3, após o pôr do sol4.
1: Conjunto de habitações indígenas.
2: Vila Indiana
3: Rua Iquiririm 712
4: 19h
Contamos com a presença de tod@s vocês!
Auê! (saudação tupi = salve!)
Ps: Pode trazer @s amig@s de vocês, mas pedimos a confirmação de quem vai para podermos calcular a quantidade de tapioca. Haverá variedade de recheios.
Contatos:
Dinho (Genival): 7166-1154 - dinhovasconcelos@yahoo.com.br
Jura: 7468-8290 - didachamusca@yahoo.com.brMaloca: 3805-8582
terça-feira, junho 02, 2009
Poème enlevé d'une leçon de français
Poème enlevé d'une leçon de français
L'artiste crée des formes diverses
matière
informe
multiforme
(se) conformer, transformer, déformer
Les transformations
uniformité, pas de.
Non-conformiste.
Qu'est-ce que c'est que l'artiste?
un parachutiste
sans parachute
le parapluie dans la poche.
Estridente
Estridente
Tudo parecia calmo
e tranquilo.
O poeta, atento
lia em francês.
Um ligeiro vento gélido
se acercou
um calafrio
o fez bater os dentes
sonoro ¡ clac !
Todo o corpo
se eriçou
e todo corpo era só boca
os olhos desfocaram
e deram voltas
lentamente
a língua
lambe o dente
cratera
cavidade
no fundo escuro da boca
O buraco
nem sempre cheio
agora só caco
cacaréu
Cuspiu
o podre pedaço de dente
e concluiu que,
esteticamente,
claquer les dents
é mais poético
que bater os dentes
E sorriu.
sexta-feira, maio 15, 2009
O enigma da memória
O enigma da memória
Como saber se o que vemos e pensamos é real ou imaginário? Fala-se muito de memória involuntária. Algo que, sem a nossa intenção, nos remete a uma lembrança. Pode ser qualquer coisa: desde uma perninha de barata até o famoso biscoito mergulhado no chá. Possível. Mas e a memória daquilo que não foi vivido?
Tem um céu de estanho despencando em lágrimas do lado de fora do meu quarto. Vejo através da janela. Sinto uma melancolia tão gostosa que os meus lábios chegam a se esticar, num leve sorriso mavioso. E então me lembro de coisas que eu nunca vivi: lembro de meu escritório de trabalho, onde eu escrevia os meus romances. Lembro dos móveis entalhados em madeira nobre, da pena e do tinteiro, do aconchego da sala ampla na casa de campo. Sou arrebatado por essa lembrança. No instante seguinte, tiro os olhos da janela e sou sugado dessa memória. De volta ao imediato, me vejo rodeado pelos móveis pré fabricados em madeira compensada, empunhando a esferográfica que já falha a três dias, dentro de um cômodo minúsculo numa quitinete do centro da cidade.
Afinal, de onde veio essa memória?