Train de Vie

"Un soir de 1941, Schlomo, le fou du village arrive dans son shtetl, apportant une terrible nouvelle : les Allemands déportent les villages voisins. Le Conseil des Sages se réunit aussitôt et convient d'une solution surprenante : ils vont organiser un faux train de déportation pour échapper aux nazis ! La communauté prépare le départ dans la précipitation : les uns joueront les Allemands, les autres les déportés. Le village, surmontant les obstacles, parviendra-t-il jusqu'à la Terre Promise?"

Moi, j'ai beaucoup aimé ce film! É de uma beleza rara em relação às tragicomédias que já vi. Como falar do Holocausto fazendo uso de uma linguagem que se aproxima da linguagem dos contos de fada, com direito ao bom e velho "il était une fois...", sem parecer idiota e estúpido demais? Radu MIHAILEANU conseguiu fazê-lo!

Schlomo é o bobo da vila, "le fou du village", que chega em seu "shtetl" (vilarejo judeu ao leste da Europa) trazendo a terrível notícia de que os nazistas já chegaram nos vilarejos vizinhos. É preciso pensar numa solução. A idéia que sauvaria a comunidade parte do próprio idiota da vila, Schlomo: organizar um falso trem de deportação, onde os judeus fariam tanto o papel dos alemães nazistas quanto dos deportados. O mais engraçado é que eles conseguem partir em direção à Terra Prometida, porém as encenações vão ficando cada vez mais realistas: os nazistas se tornam autoritários, os deportados preparam a revolução, forma-se até mesmo um partido comunista! Hilário e brilhante.

Para mim, o ponto alto desse filme o monólogo de Schlomo, o bobo da vila que de bobo não tem nada, sobre a existência de Deus. Nunca vi coisa igual. Simplicidade e objetividade regada com as boas águas da loucura.

Esse filme inspirou o "A Vida é Bela", de Roberto Benigni. Eu acho que o "A Vida é Bela" força demais. É muita esperança no meio do Holocausto, fica difícil. Já o "Train de Vie", no final, me deixou completamente destruído.

Não vou dizer mais nada, quem quiser que veja o filme.

Au revoir!